Museu da Imigração Japonesa
O Bairro da Liberdade é o mais turístico da cidade de São Paulo, nele qualquer brasileiro se sente estrangeiro em seu próprio país. Das lanternas que decoram a rua principal (Rua Galvão Bueno) ao idioma que se ouve entre os proprietários das lojas, lanchonetes e restaurantes tudo lembra o Oriente. O bairro, que inicialmente foi ocupado pelos japoneses que começaram a chegar ao Brasil em 1908, hoje abriga também muitos coreanos e chineses.
Para contar mais de um século de história da maior comunidade de japoneses fora do Japão, desde 1978, o Museu da Imigração Japonesa reúne registros que chegam a 28 mil documentos, 10 mil fotos e 5 mil objetos que atualmente estão organizados em três andares (7º, 8º e 9º) do prédio que abriga o museu, junto à Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa.
As peças são organizadas nos três andares em ordem cronológica. No 7º andar estão os registros da saga da vinda dos japoneses para o Brasil. Os navios que os trouxeram até o Novo Mundo, as listas com os nomes dos imigrantes iludidos pela ideia de enriquecimento fácil e muitos outros documentos, a maioria em ideogramas japoneses.
Uma construção representa em tamanho real, uma cabana de imigrantes japoneses que abrigaria na época uma família com pai, mãe e dois filhos. A maioria das peças expostas no museu são doações de descendentes dos primeiros imigrantes (Isseis) seus filhos (Nisseis), netos (Sanseis) e bisnetos (Yonseis). O termo nikkei é o mais adequado para se denominar os descendentes de japoneses.
No oitavo andar, o acervo conta um pouco da integração dos imigrantes japoneses ao novo país, como se adaptaram às diferenças culturais e também como seus hábitos orientais começaram a se misturar com os nossos na agricultura, na alimentação, nas construções. Nesse andar são muito interessantes os registros da Segunda Guerra Mundial e das dificuldades dos imigrantes durante os anos em que Brasil e Japão estavam em lados opostos, inclusive com a proibição das edições dos jornais em idioma japonês que levaram os nipo-brasileiros a duvidarem de que o Japão tivesse perdido a Guerra.
No último andar de exposição (9º) está a maioria das fotos e dos registros da história mais recentes dos japoneses no Brasil, suas conquistas, o desenvolvimento das comunidades e as novas relações de migração entre Brasil e Japão que inverteram seu fluxo migratório. Hoje é o Japão que recebe os Dekasseguis, pessoas com ascendência japonesa que voltam às origens de seus antepassados buscando por melhores condições de vida.
A força da cultura japonesa é tão grande no Bairro da Liberdade que os panfletos informativos distribuídos na entrada do museu estão disponíveis em português ou em japonês. O local é um resgate na história não apenas dos japoneses, mas também na própria história do Brasil e das contribuições desses imigrantes em nossa cultura.
Uma visita para se fazer sem pressa e desfrutar da boa organização do acervo. Nós ainda tivemos um bônus, estavam acontecendo os ensaios para uma apresentação com música e dança japonesa no anfiteatro que existe no local pudemos assistir. Veja um pouquinho no vídeo do final da postagem.
Endereço: Rua São Joaquim, 381 (esquina com a Rua Galvão Bueno, siga por ela da Praça da Liberdade até o museu).
Horário: de segunda-feira à sábado, das 9h às 17h.
Preço: R$12 (inteira); R$6 (meia entrada)
Website: http://www.museubunkyo.org.br
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