Sertãozinho em vários tons
Sou professora por opção e muito satisfeita com meu trabalho. O que me dá a a certeza de que fiz a escolha profissional certa é a alegria com que recebo as notícias de conquistas de meus alunos. Nesse ano de 2012 está acontecendo a 3º Olimpíada de Língua Portuguesa e tenho 2 alunas classificadas como semifinalistas: uma na categoria poema e outra na categoria artigo de opinião, como já contei aqui.
Este é o poema de minha aluna Marcela de Oliveira Amaral, de 11 anos, que no final de novembro viaja para Fortaleza para participar das oficinas regionais onde serão anunciados os finalistas.
Tantos tons
Na tela branca como açúcar
Vou colorir esse lugar
Onde chegaram meus avós
Vindo de distantes caminhos
A procura de trabalho
Acolhidos em SertãoNinho.
Não tem mar ou cachoeira,
Nem canaviais ofertam flores.
Aqui cresce a cana caiana,
Posso testar todas as cores
Brincando com essa aquarela.
Misturei o sol com o céu
Na ponta do meu pincel
E na tela brotou a cana:
Cana que vira etanol,
Cana que enche de doçura
O canavial da pintura.
O chão de terra vermelha
Escondi embaixo do asfalto.
A cidade cresceu tanto!
concreto, casa, comércio,
Indústria pra todo canto,
Poeira jogada pro alto.
Das festanças na avenida
Pintei a noite iluminada
Pelos fogos de artifício
Que explodem prazenteiros
Tal confeitos coloridos
Pelo céu de brigadeiro.
Com tantas tintas e tons:
Verdes, vermelhos, marrons...
Pra pintar minha cidade
e contar a sua história,
Resgatei todas as cores
Da paleta da memória.
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1 comentários
Muito bom, Silmara! Parabéns pelo bom trabalho e parabéns à autora do poema pelo ritmo obtido - aliterante em alguns seguimentos -além da bela arquitetura imagética.
ResponderExcluirAbraço!
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