Allianz Parque Experience Tour - Palmeiras
Fui conhecer o campo do adversário, mas continuo sãopaulina de corpo e alma, embora durante todo o Allianz Parque Experience Tour o anfitrião fique repetindo que a paixão pelo clube é tão grande que contagia e no final do passeio os 30% de visitantes não-palmeirenses já estarão convertidos e beijando o escudo. E olha que tomei até a garrafinha d'água distribuída durante o tour, mas nada mudou: meu coração continua batendo pelo Tricolor do Morumbi. No entanto, confesso que sou bastante simpática ao verdão e considerei a visita bem agradável, lá também estavam corinthianos, santistas, botafoguenses... e todos igualmente bem tratados na 'arena mais moderna da América Latina'.
Se o título de 'arena mais moderna', anunciado várias vezes durante o tour, se sustenta... não sei; mas certamente a terceira reforma pela qual passou o antigo 'Parque Antártica', que o manteve fechado de 2010 a 2014, trouxe a tecnologia mais moderna disponível: o estádio é totalmente acessível a cadeirantes, subimos até os andares mais altos (5º andar) por escada rolante e a acústica foi elogiada por artistas como Paul MacCartney, Andrea Bocelli e o grupo Coldplay.
O revestimento metalizado do estádio são placas de aço super finas que exercem várias funções. Além de embelezar, têm furos que permitem a entrada de luminosidade, protegem os corredores da chuva, que faz a auto-limpeza dessas placas, e ainda impedem o vazamento do som.
Os dois telões nas extremidades do campo possuem cada um os incríveis 100 metros quadrados e as informações sobre suas medidas rendem a piada de que é por isso que o Palmeiras não contrata Cristiano Ronaldo, pois ele ficaria admirando sua própria imagem e se esqueceria de jogar. Já os diferentes tons das cadeiras são para dar efeito de preenchimento quando são mostradas na TV, embora, segundo os palmeirenses, isso nem seria necessário, pois as arquibancadas do Allianz Parque estão sempre cheias. Mais uma piadinha do verdão? O guia-anfitrião nos avisou que mostraria o camarote exclusivo do Valdívia e fez isso quando passamos pelo Departamento Médico.
Todas essas informações são passadas na primeira parte do tour (que dura entre 1:30h e 2h no total), com os visitantes acomodados nas arquibancadas, depois a visita ainda segue, entre outras dependências, para os camarotes, sala de imprensa, sala Joelmir Betting (aquecimento), vestiários e túnel de acesso ao gramado, no qual não se pode pisar, assim como em qualquer outro campo oficial. Eu acreditava que isso se devia ao cuidado com a preservação da grama, mas ali a informação é que trata-se de uma regra da Fifa. Não sei...
A sala de aquecimento é linda, com todos os versos do hino contornando o espaço. Recebe o nome de Joelmir Beting, pois o ilustre torcedor, deixou de ser jornalista esportivo por paixão ao Palmeiras, já que não conseguia ficar isento durante a narração dos jogos. Além disso, é autor da frase que também já foi registrada nos antigos vestiários "Explicar a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense... É simplesmente impossível."
Acredito que seja mesmo, pois apesar das imagens lindíssimas dessa sala, com momentos marcantes da história do time, achei uma parte um tanto cansativa da visita o guia explicando foto por foto que recobre as paredes da sala. Talvez por não ser palmeirense, embora alguns visitantes de camisa verde também estivessem dispersos, principalmente as crianças.
Outra parte 'chatinha' do tour (de novo: talvez por eu não ser palmeirense) são os espaços para fotos: na sala de imprensa e no gramado junto à taça Libertadores da América. Nesses locais não é permitido fotografar com o próprio equipamento, pois são feitas as fotos que serão vendidas no final do tour. Acontece que é possível a todos os visitantes fazerem as fotos e só depois decidirem por comprá-las ou não, o que em um grupo grande resulta em uma boa fila ou tempo ocioso. O grupo em que eu estava tinha mais de 70 pessoas e, pelo que vi, não há limite para cada tour: chegou na hora, entra. A recomendação é estar na bilheteria com meia hora de antecedência.
Por falar em ingressos, o do Allianz Parque foi o tour mais caro que fiz em estádios oficiais (e conheço vários), com variação de preços em dias úteis ou nos finais de semana, mais caro que o Maracanã! Mas tá valendo.
Apesar de toda tecnologia, o time apega-se às tradições e na reforma do estádio conservou um trecho das antigas arquibancadas sob as novas (veja foto) para preservar a memória das grandes conquistas ali presenciadas, é o coração do estádio e pode ser visto no final do tour. Também no final, fica a lojinha com produtos licenciados, que fica antes da bilheteria e acesso ao início do tour, por isso, pode ser visitada mesmo por quem não fará o tour. Esse hall de entrada é um pedacinho do Allianz Parque 'gratuito' que pode satisfazer os menos curiosos e, quem sabe, os não-palmeirenses. Por ali também há vídeo-game e mesa de pebolim com o formato do estádio.
Nós nos hospedamos bem em frente, no hotel Plaza Inn American Loft e comprovamos que é uma ótima opção para quem vai a shows no Allianz Parque. Não era nosso caso, mas já que estávamos tão perto, era impossível resistir à visita.
Serviço
Endereço: Rua Palestra Itália, 214 (Portão A)
Horários: De terça a domingo 10h, 11h30, 13h, 14h30, 16h, 17h
(exceto em dias de jogos ou eventos)
Valores: R$55 (inteira); R$27,50 (meia) - terça à sexta
R$70 (inteira); R$35 (meia) + R$10,50 (encargos) - sábados e domingos
- Pacaembu - SP
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