Dia da Padroeira do Brasil
Oficialmente o Brasil é um país católico e com o maior número de católicos no mundo, com 64,6% da população, de acordo com o censo demográfico de 2010. Sendo ou não católico, nenhum brasileiro ignora que 12 de outubro é dedicado à Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, e nem deixa de usufruir do feriado nacional celebrado desde 1980, quando o Papa João Paulo II consagrou a Basílica que se localiza na cidade de Aparecida/SP, em uma área de 72mil m².
Não havia peixes.
Em uma manhã de outubro de 1717, 3 homens pescaram o corpo de uma imagem de Nossa Senhora [da Conceição] no Rio Paraíba do Sul. Logo em seguida, rio abaixo, pescaram a cabeça da mesma imagem da santa.
Suas redes ficaram cheias de peixes. A escassez transformou-se em abundância.
A imagem quebrada foi levada para a casa de um deles e colocada em um pequeno oratório. A história do milagre dos peixes foi ficando conhecida. Os moradores da região começaram a se reunir todos os sábados para rezar o terço e agradecer à santa “aparecida” das águas, pela abundância.
Abundância em todos os sentidos: o oratório se transformou em capela, a capela em igreja, a igreja em basílica. Além dos peixes, multiplicaram-se também as pessoas, as flores, as velas, os rituais de pedidos e agradecimentos. A região hoje conhecida como Aparecida do Norte, no interior de São Paulo, por fim se consagrou como o maior santuário do Brasil.
Nos dias que antecedem a festa da Padroeira, milhares de pessoas vêm em romaria para homenagear a santa. A cidade fica lotada. As lojas de lembranças testemunham a abundância por meio da venda de souvenirs. A sala das velas fica ainda mais iluminada pelos pedidos e agradecimentos. O museu dos exvotos ganha uma enxurrada de novas fotos e utensílios que comprovam os milagres atribuídos à santa. A comunidade católica reverbera o milagre original da passagem da escassez para a fartura.
Fonte do texto e imagem: Festas Brasileiras
Uma triste curiosidade:
Em 16 de maio de 1978, a imagem sofreu um atentado durante missa celebrada na Basílica Velha, em Aparecida, que quebrou em 165 pedaços o maior símbolo nacional da fé católica.
Houve uma repentina queda de energia e o jovem Rogério Marcos de Oliveira, de 19 anos, aproveitou-se da escuridão, saltou a uma altura de dois metros até o cofre de ouro e no terceiro soco conseguiu quebrar o vidro e pegar a imagem de Nossa Senhora. A cabeça da imagem se descolou do corpo ainda dentro da igreja e foi a parte mais danificada.
O homem correu para a rua perseguido por guardas e fiéis que não conseguiram impedi-lo de jogar a imagem de Nossa Senhora no chão, quebrando-a em dezenas de pedaços. Quando detido, o jovem foi tratado como doente mental e enviado a um sanatório, porém, mais tarde se declarou como um iconoclasta disposto a destruir todas as imagens religiosas que encontrasse.
O restauro foi realizado no Museu de Arte de São Paulo (MASP) pela artista plástica Maria Helena Chartuni e incluiu, além da fixação com cola dos fragmentos que foram recolhidos, a reconstrução das partes que faltavam. Em 2016, a restauradora lançou um livro de relatos sobre a restauração. Leia um trecho de "A história de dois restauros" clicando no link.
Atualmente, a Santa está em exposição no Santuário Nacional de Aparecida, em um nicho de ouro, a 4m do chão e vidro a prova de balas, com manto azul e coroa de ouro doada pela princesa Isabel, em 1884. O maior templo do país recebe aproximadamente 12 milhões de visitantes por ano, quase 200 mil peregrinos somente no dia dedicado à padroeira.
Em 2020 as visitas estão limitadas por conta do necessário afastamento social, mas você pode fazer o tour virtual com visualização em 360º de diversos pontos do santuário: exterior da construção, nicho de Nossa Senhora Aparecida, altar central, Sala das Promessas, Capela do Santíssimo, Capela São José, Capela da Ressurreição, Capela do Batismo, Campanário, Capela das Velas, Museu Nossa Senhora Aparecida e Mirante.
Se você for devoto(a) da Santa, pode rezar de sua casa como se estivesse no santuário utilizando as funcionalidades disponíveis com o recurso "Reze no Santuário" no qual é possível, entre outras opções, assistir às webcams, rezar o terço virtual, pedir a intenção de uma missa ou acender uma vela virtual. Para as crianças a revista Devotos Mirins pode ser lida na versão digital ou recebida impressa em casa a partir de um cadastro feito no site.
Enfim, a distância não abalará a fé de ninguém. Que cada um de nós, de acordo com suas convicções, eleve suas orações para que essa pandemia seja vencida. Amém!
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