Últimas impressões sobre Brasília
Estadia: 2 dias foram pouco. Quem aproveitou o feriadão e ficou por lá os 4 dias (do sábado até terça) deve ter visto tudo. Pra mim, faltou muita coisa, não consegui ir além do Plano Piloto e mesmo nele não consegui visitar todos os monumentos pelo tempo curto e porque na segunda-feira e na terça (feriado) muitos não estavam abertos à visitação. A foto ao lado foi tirada no subsolo da Praça os Três Poderes onde fica a maquete de Brasília. E embora Lúcio Costa tenha morrido afirmando que não projetou a capital do país com o formato de um avião, não dá para enxergá-la de outra maneira. Voltei em voo noturno e sobrevoar Brasília com suas 'Asas' iluminadas é lindo.
Hotel: fiquei no Mercure Lider que os taxistaschamam de Mercure Banco, pois atrás dele fica o Mercure Eixo apelidado de Mercure Vermelho. Na foto dá pra ver um pedacinho do Mercure Vermelho e o Brasília Shopping . Eu recomendo de olhos fechados, quando voltar não vou nem pesquisar hotéis, é esse! É um flat com cozinha equipada com micro-ondas e fogão, 2 televisores (sala e quarto) com canais por assinatura, estava no 14º andar e da sacada tinha uma vista maravilhosa do Plano Piloto. Com um dos melhores preços entre os hoteis da mesma categoria R$149,00 + 5% nos finais de semana. O único 'porém' é o acesso à internet: R$ 25,00 por 1/2 hora ou R$35,00 por 24h de acesso wireless. No shopping há uma lan house com preços um pouco menos salgados: R$15,00 a hora. Em Brasília, a maioria dos hotéis tem promoções aos finais de semana e são tantos que fica fácil negociar. Antes de reservar, mandei e-mail para 17 deles solicitando um late check-out até as 15h, pois meu voo da Passaredo que foi cancelado sairia às 17h. Recebi umas 10 respostas, entre as positivas 2 hotéis confirmaram o late check out até às 15h, um até às 13h e outros 3 ofereceram local para guardar a bagagem após o check out as 12h. Na terça-feira, vi um casal bem jovem sentado em frente ao hotel com a mala ao lado,
às 14:30h, não sei até que horas ficaram por ali, mas bastava pedir para guardar a mala no hotel e esperar a hora do voo passeando em um dos shoppings, por exemplo.
Arquitetura: a cidade é linda, é um museu (modernista) a céu aberto. Mesmo quem não é da área, como eu, não tem como não apreciar a genialidade de Oscar Niemeyer. Ou até por isso, já que arquitetos e engenheiros conseguem encontrar defeitos como na Catedral que fica ensolarada o dia todo por causa de seu teto transparente. Pra mim, que sou leiga no assunto, tudo é muito criativo e perfeito. Fiquei tentando entender por onde se entrava na igreja e nem imaginava que o acesso é subterrâneo. A parte de vidro é o teto da Catedral. Além da predileção pelos subterrâneos, chama a atenção a quantidade de espelhos d'água. Se a intenção era amenizar o calor e melhorar a qualidade do ar, aparentemente funcionou, porque em Brasília sente-se menos o desconforto da baixa umidade do ar que em Goiânia, por exemplo. Em Brasília dormimos com o ar condicionado desligado, em Goiânia isso é impossível. Os jardins de Burle Marx são outro presente aos olhos, embora em alguns pontos estavam um tanto descaracterizados.
Feirinha da Torre de TV: meu primeiro contato por ali foi meio estranho e até assustador. Fomos direto para as barracas de alimentação e por ali há muitos mendigos pedindo dinheiro e comida. Muito sujos, magros e algumas vezes agressivos. Um deles ficou parado ao lado de nossa mesa resmungando que ainda ia encontrar uma alma caridosa que lhe desse dinheiro e completou: "Se não der, eu 'róbo'". Outro insistia para que lhe pagássemos uma 'quentinha', eu estava comendo pastel e peguntei se ele queria um. A resposta foi que pastel ele não queria, queria comida. Mas isso só acontece na área das barracas de alimentação, no restante da feira eles não dão as caras. A feira tem de tudo, desde lembranças da cidade até móveis. Os objetos de decoração são muito bonitos e as flores secas do cerrado alegram as barracas. Pena que sou estabanada demais para trazer coisas tão delicadas na bagagem de mão, com certeza as florzinhas chegariam despetaladas. Há uma barraca só de caleidoscópios de todos os tamanhos, feitos pelo próprio dono. Fiquei encantada, há quanto tempo não via isso. Meu marido nem conhecia, minhas filhas e sobrinhos então, nunca tinham ouvido falar. De todas as lembranças possíveis oferecidas por ali, foi essa que escolhi como a mais especial.
População: povo simpático, alegre, disposto a ajudar, alheio (no bom sentido) às sujeiras políticas protagonizadas dentro de seus palácios. O que dizem por lá é que Brasília só tem gente boa, os maus elementos são os que vêm de fora, políticos dos outros estados. E não é? Só o Estado de São Paulo enviará 74 novos moradores (deputados) para lá em 2011 e pelo que vemos no Horário Eleitoral Gratuito a qualidade desse material humano paulista é meio duvidosa. Os moradores da cidade se misturam aos turistas, visitando os mesmos lugares e mostrando muito orgulho em serem brasilienses. No Congresso Nacional, encontrei uma enfermeira que explicava animadamente como é o desfile de 7 de Setembro; na fila para o acesso às arquibancadas do desfile um outro morador nos contou mais aspectos interessantes da vida na capital; no ônibus turístico uma moça lamentava que tivéssemos visitado a cidade em época de seca e insistia com os turistas: 'Brasília não é assim, é um jardim lindo! Voltem em outra época! Da Rodoviária Nova onde cheguei, até o aeroporto por onde voltei só me deparei com sorrisos e boa vontade. Enfim, o custo de vida é altíssimo, o clima é seco, o calor incomoda, mas ninguém pensa em se mudar dali.
Aeroporto: acho que só se compara em tamanho e movimento ao de Guarulhos. São muitos pousos e decolagens. Tudo muito bem organizado. Há um shopping com várias lojas com 'preço de aeroporto', uma praça de alimentação de verdade, com várias opções e muitos assentos na sala de embarque. Aqui acabou a viagem que não sei porque demorei tantos anos para fazer, quero repeti-la num tempo bem menor.
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5 comentários
Silmara, em Porto conheci algumas pessoas de Brasília e estou louca para ir para lá. Vai ser, com certeza, uma das minhas próximas viagens. Espero pegar algumas dicas contigo... Bjs
ResponderExcluirhttp://jornalistadeferias.blogspot.com
Que bom que gostou.
ResponderExcluirSe não conheceu o Pontão do Lago Sul , a Ermida Dom Bosco, o Palácio Alvorada, Museu Nacional, Museu JK, Super-Quadras residenciais (diferente de tudo que já viu), as feiras da cidade ( tem feira pra tudo: de eletronicos a importados e roupas de grife).
Fora da época de seca, Brasilia é um imenso jardim... com flores por todos os lados. Eu considero de outubro a novembro, e de março a maio a melhor época pra turistar por aqui. Dezembro e janeiro, ficamos literalmente debaixo d'água.
Programa legal é um passeio de barco pelo Lago, se for à tarde , é maravilhoso assitir o por-do-sol.
Ainda tem o turismo rural, com cachoeiras proximas, como Salto do Itiquira ou Salto do Corumbá (maravilhosa) a menos de 2 horas de carro.
Da próxima vez , venha com mais calma... 5 dias é o suficiente pra conhecer tudo.
* Se não conheceu o Pontão do Lago Sul , a Ermida Dom Bosco, o Palácio Alvorada, Museu Nacional, Museu JK, Super-Quadras residenciais (diferente de tudo que já viu), as feiras da cidade ( tem feira pra tudo: de eletronicos a importados e roupas de grife).
ResponderExcluirAINDA TEM MUITO QUE CONHECER AQUI.
Ah.. e gostei da boa impressão que os moradores da cidade te causaram.. embora posso afirmar com quase toda certeza, que em sua maioria, eram os moradores de cidades satélites proximas os mais simopáticos.
O brasiliense simpático? talvez pq vc seja turista, no dia a dia ninguém sequer dá bom dia, você provavelmente não foi as cidades satélites pra ver o quão bonito brasilia é de verdade rs, com invasões pra todos os lados, Brasilia está toda pichada, suja, mal cuidada, a criminalidade é absurda, o transporte público é uma piada pronta, a arquitetura é de fato bonita, mas é impessoal, fria, Brasília é auto excludente, as opções de lazer são poucas e restritas, sem carro você não é ninguém na cidade, emfim, com duas semanas aqui vc se entediaria a tal ponto de querer ir embora até de charrete.
ResponderExcluirVocê está certo(a): eu vi como "turista" e felizmente foram as impressões que tive. Foram 3 dias muito agradáveis. Gilberto Dimenstein disse que o morador de Brasília passa por 4 "Ds": deslumbramento, decepção, desespero e demência (quando ele sabe que está ruim, mas não consegue mais se mudar dali). O turista fica no primeiro "D", por isso pretendo voltar, se tudo correr bem, em novembro.
ResponderExcluirE você? O que pensa sobre isso?
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