Filme - Hebe, a estrela do Brasil

ESCRITO POR: quarta-feira, março 13, 2019 ,

Hebe Camargo

        Fomos visitar a exposição Hebe Eterna, no Farol Santander em São Paulo, o que só aguçou a curiosidade em saber mais e mais sobre essa mulher forte, guerreira e à frente de seu tempo. Uma mulher 'empoderada', antes mesmo do termo surgir.

Derci Gonçalves mostra o seio ao vivo

        O filme, com estreia prevista para agosto/2019, promete ser tão polêmico quanto foi a 'primeira dama da TV brasileira' e mostrar, além da conhecida coragem e irreverência, outras nuances desconhecidas do público. Quem encarna Hebe Camargo no cinema é Andréa Beltrão e o trailer divulgado no Dia da Mulher, mesmo dia em que Hebe estaria completando 90 anos, é de encher os olhos, inclusive pelos figurinos riquíssimos que também podem ser vistos na exposição Hebe Eterna.
Exposição Hebe Eterna
          Veja o trailer no final do post, mas antes dele leia uma crônica que Rita Lee escreveu em homenagem à Hebe Camargo e teve oportunidade de apresentar a ela. Que dádiva, não é mesmo?!


Eu devia ter uns nove anos de idade. Estava chegando da escola com uma nota zero no boletim quando me deparo com uma multidão a poucos metros da minha casa. No meio das pessoas, lá estava minha mãe excitadíssima me acenando: “Venha ver! Venha ver!”.
No caminhão estacionado no meio da rua, o conjunto regional tocava os primeiros acordes anunciando a presença da estrela da tarde e foi assim que ‘linda de viver’, Hebe Camargo, de cabelos castanhos, ondulados até os ombros e uma pinta marota no queixo, surgiu num vestido rodado bem anos 50 cantando toda brejeira o sucesso ‘Beijinho doce’.
No final de cada música, o povo emocionado gritava: ”Hebe! Hebe! Hebe!” Os comentários eram unânimes: “Só uma rainha pra cantar de graça.”, “Ela é bem mais bonita pessoalmente”, “Ah, se eu fosse Mazzaropi casava com ela!”, “Muito melhor que Marlene e Emilinha juntas!”.
Mas a noite chegou e sequestrou Hebe da minha rua. Fui dormir com a última música que ela cantou, adaptando a letra à minha fantasia:

“Se essa rua, se essa rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava ladrilhar
Com florzinhas, com florzinhas de brilhante
Para ver, para ver Hebe cantar”.

Rita Lee e Hebe Camargo


Sempre que vou ao programa dela me sinto a mesma menina de 9 anos diante da grande rainha da minha rua. Por isso, quando encontro Hebe pela frente, me ajoelho a seus pés. Não é encenação, nem puxação de saco. É para agradecer aquela tarde inesquecível que, entre outras benesses, fez minha mãe relevar a bela nota zero que tirei na escola.

Lindo texto, não é mesmo? Hebe se emocionou quando ouviu a leitura. Porém, bem menos do que imagino que os fãs ficarão emocionados ao assistirem ao filme. Estou aguardando ansiosamente. E vocês?



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