Filme - Hebe, a estrela do Brasil
Fomos visitar a exposição Hebe Eterna, no Farol Santander em São Paulo, o que só aguçou a curiosidade em saber mais e mais sobre essa mulher forte, guerreira e à frente de seu tempo. Uma mulher 'empoderada', antes mesmo do termo surgir.
O filme, com estreia prevista para agosto/2019, promete ser tão polêmico quanto foi a 'primeira dama da TV brasileira' e mostrar, além da conhecida coragem e irreverência, outras nuances desconhecidas do público. Quem encarna Hebe Camargo no cinema é Andréa Beltrão e o trailer divulgado no Dia da Mulher, mesmo dia em que Hebe estaria completando 90 anos, é de encher os olhos, inclusive pelos figurinos riquíssimos que também podem ser vistos na exposição Hebe Eterna.
Veja o trailer no final do post, mas antes dele leia uma crônica que Rita Lee escreveu em homenagem à Hebe Camargo e teve oportunidade de apresentar a ela. Que dádiva, não é mesmo?!
Eu devia ter uns nove anos de idade. Estava chegando da escola com uma nota zero no boletim quando me deparo com uma multidão a poucos metros da minha casa. No meio das pessoas, lá estava minha mãe excitadíssima me acenando: “Venha ver! Venha ver!”.
No caminhão estacionado no meio da rua, o conjunto regional tocava os primeiros acordes anunciando a presença da estrela da tarde e foi assim que ‘linda de viver’, Hebe Camargo, de cabelos castanhos, ondulados até os ombros e uma pinta marota no queixo, surgiu num vestido rodado bem anos 50 cantando toda brejeira o sucesso ‘Beijinho doce’.
No final de cada música, o povo emocionado gritava: ”Hebe! Hebe! Hebe!” Os comentários eram unânimes: “Só uma rainha pra cantar de graça.”, “Ela é bem mais bonita pessoalmente”, “Ah, se eu fosse Mazzaropi casava com ela!”, “Muito melhor que Marlene e Emilinha juntas!”.
Mas a noite chegou e sequestrou Hebe da minha rua. Fui dormir com a última música que ela cantou, adaptando a letra à minha fantasia:
“Se essa rua, se essa rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava ladrilhar
Com florzinhas, com florzinhas de brilhante
Para ver, para ver Hebe cantar”.
Sempre que vou ao programa dela me sinto a mesma menina de 9 anos diante da grande rainha da minha rua. Por isso, quando encontro Hebe pela frente, me ajoelho a seus pés. Não é encenação, nem puxação de saco. É para agradecer aquela tarde inesquecível que, entre outras benesses, fez minha mãe relevar a bela nota zero que tirei na escola.
Lindo texto, não é mesmo? Hebe se emocionou quando ouviu a leitura. Porém, bem menos do que imagino que os fãs ficarão emocionados ao assistirem ao filme. Estou aguardando ansiosamente. E vocês?
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