Montevideo/ Montevidéu
Montevideo em apenas um dia, ou melhor 7 horas, é só mesmo para passageiros de cruzeiro que tem como opção 'ver' a cidade ou ficar no navio. Ninguém vai voltar pra casa dizendo que 'conheceu' a capital do Uruguai, no máximo que 'passou' por ela.
Antes de viajar procurei por dicas nos grupos e blogs que, na minha opinião, têm as informações mais realistas, e até encontrei algumas coisas interessantes como:
"- Vá no Teatro Solis, se puder faça uma visitação. Na quarta-feira, a visita guiada em espanhol é gratuita.
- Tomar "médio a médio" no Mercado; bebida tradicional a base de vinho branco e espumante (alguma coisa assim); - Mercado del Puerto tem vários restaurantes, os garçons ficam fazendo a captação de clientes e oferecem um drink, é bem divertido.
- Faça um passeio pelo centro a pé mesmo. Vá até o Estádio Centenário, conheça o centro velho, visite o zoológico.
- Para quem gosta de futebol e quiser trazer uma camisa de um clube uruguaio de recordação, recomendo a Casa Sanz. Tem várias camisas, todas oficiais. O endereço deles é Av. Uruguay 1163.
Li também em duas revistas de turismo matérias sobre Montevideo com sugestões de passeios, dicas de compras, atrações, etc. Até ajudaram bastante, pois eu não conhecia nada de nada do roteiro. Continuei no 'nada'. Não consegui seguir as dicas por causa do tempo, tanto cronológico quanto climático, e tive que me contentar com o entediante "City Tour Panorâmico'.
Além da grande oferta de passeios no porto, algumas lojas como a MLF, que fica na Av. 18 de Julio, perto das principais atrações da Ciudad Vieja, oferece um serviço de transfer para quem quiser ir até a loja, conhecê-la 'sem compromisso', fazer o passeio a pé pelo centro e depois voltar ao porto também com o transporte da loja. Nos folhetos de propaganda das lojas sempre há um mapinha localizando as atrações.
O Ministério de Turismo y Deporte também distribui no porto um panfleto bem detalhado com localização no mapa, descrição e foto dos pontos turísticos para quem optar um Walking Tour ou Circuito Peatonal. Para quem não tem crianças e possui disposição para a caminhada são ótimas opções.
A grade amarela que se vê na foto do porto separa vans e táxis que oferecem o City Tour. O assédio é intenso, analise com calma e não se deixe levar pela insistência de um uruguaio mais falante. Os táxis cobram 30 dólares por hora, para 4 passageiros, e sugerem 2 horas para fazer o City Tour com paradas onde o cliente quiser.
As vans cobram 25 dólares por pessoa para um City Tour de 3 horas; mas reúna um grupo e dê a choradinha brasileira que o preço diminui. Juntamos 15 pessoas e ficou por 20 dólares cada um, mais vantajoso que o táxi. Fomos em micro-ônibus com guia que se arriscava num portunhol bem compreensível.
Começamos pela Catedral e a Plaza Constitucion, que possui uma feirinha de lembranças e antiguidades. Por ali tem Burguer King, Mc Donald's e Casa de Câmbio. Dali fomos para a Plaza Independencia e seguimos numa caminhada rápida (mesmo) pela Ciudad Vieja tentando acompanhar a guia de turismo que andava e falava ao mesmo tempo enquanto nós tentávamos fotografar e segui-la. Piada total!
Fizemos apenas mais uma parada no Palácio Legislativo para fotos nas escadarias e tudo o mais foi visto e fotografado de dentro do ônibus. Minha atenção foi se dispersando pela monotonia, minhas filhas dormiram, meu marido desistiu de acompanhar as explicações em portunhol. O único lugar em que entramos foi na catedral, nenhum museu, o Teatro Solis só de longe, a maioria das fotos com o reflexo das janelas do ônibus. Eu gosto de City Tour, mas não assim. Eu não indico.
Logo que desembarcamos no porto, um taxista perguntou se éramos brasileiros e disse sorrindo: "Sólo no podemos hablar de futbol", demonstrando um explícito orgulho do desempenho uruguaio na Copa 2010. Orgulho este que não pode se estender ao Estádio Centenário que está em reforma, fechado para visitações e bem 'estropeado', segundo descrição da própria guia.
O ponto final do passeio foi o Mercado del Puerto onde meu marido estava disposto a experimentar a parrilla uruguaia e o argumento para me convencer foi bem criativo: "Se um dia nós formos a Paris, você vai querer experimentar escargot." Sim, vou. E vou também experimentar muitas outras comidas típicas por onde eu passar, mas o padrão de higiene por ali é bem diferente do que estamos acostumados no Brasil. Se estiver disposto a encarar, muita atenção a pratos, copos e talheres. Se tiver álccol em gel na bolsa, será bem útil. Minha filha soltou mais uma pérola desta 'aventura': "Olha, o prato já vem com a comida antes da gente escolher." Seria cômico se não fosse trágico.
Por segurança, não deixamos as crianças pedirem suco. O refrigerante engarrafado era mais adequado para a situação. Para os adultos uma Patrícia, a cerveja mais famosa do Uruguai. A parrilla decrita no cardápio era para 2 pessoas. Pedimos uma parrilla para 7 e não conseguimos consumir alguns dos itens indecifráveis colocados à nossa frente, entre eles Morcilla (sangue de vaca coagulado, o nosso chouriço) e chinchulin (instestino fino). Esse restaurante foi indicação da guia de turismo e fica bem na porta do Mercado del Puerto e não dentro dele.
No Mercado del Puerto há muitos outros restaurantes, todos servindo parrilla. São poucas as lojas de lembranças, vinhos, etc. Procurei pelo doce de leite La Pataya mas não encontrei por ali. Comprei alfajores bem gostosinhos, depois voltamos para o navio pois eu não aguentava mais ver parrilla pra todo lado.
Cada turista tem preferências e interesses diferentes em cada roteiro. 'Se' um dia eu voltar a Montevideu numa escala marítima, vou fazer diferente do que fiz desta vez:
- Não quero mais City Tour. Ou faço tudo a pé, parando e conhecendo o que eu quiser e der tempo pela Cuidad Vieja ou pego um táxi que faça o roteiro que eu escolher.
- O Mercado del Puerto fica a um quarteirão de onde o navio ancora. Vou passear de manhã, voltar ao navio para almoçar e sair novamente depois. Se for inviável, minhas opções de alimentação ficarão entre Mc Donald's ou Burguer King.
- Não viajo para fotografar, eu fotografo aquilo que vivencio. Quero entrar nos lugares, mesmo que sejam poucos e desfrutar o momento de estar ali.
Um único dia é pouco em qualquer lugar que se vá, mas essa passagem rápida pode despertar ou não o interesse em voltar e conhecer melhor. Pra mim um dia em Montevideu já foi suficiente.
Poderá gostar também de:
5 comentários
Puxa Silmara,acho que esse tal se City Tour( que por sinal eu odeio) deixa a gente com uma impressao ruim do lugar... Adorei Montevideo, minha filha que tem 8 anos queria morar la, pra se ter uma ideia... tao lindo o lugar e tao aconchegante... as pessoas sao otimas, super educadas sempre dispostas a ajudar, nunca vi transito tao educado, todo mundo respeita todo mundo.
ResponderExcluirVolte e se hospede por la, vai amar o lugar
Ps- eu nao tive coragem de comer a parrilla, eca...
Então, Thaisa, eu até gosto de city tour, mas do meu...rsrs
ResponderExcluirVocê tem razão, talvez numa próxima viagem eu mude a impressão que tive. Mas aí já saberei o que 'não fazer' em Montevidéu.
Silmara,
ResponderExcluirEspero que você tenha a oportunidade de voltar a Montevidéu e passear com mais tranquilidade pela cidade.
Feliz 2012 para você e sua família!
Olá, farei o mesmo cruzeiro que vcs fizerem e realmente estamos em dúvida qto ao city tour, estávamos pensando em contratar um táxi, mesmo sendo um pouco mais caro mas poderiamos para onde quisermos, o que vc acha? Vale a pena!
ResponderExcluirAdorei o blog
Daniela
Olha, como eu disse, não gostei nada do City Tour que fiz, por isso acho o táxi uma boa opção. Nem é tão imprescindível assim pois há vans gratuitas de lojas que levam do porto até o centro onde fica a parte histórica da cidade e o lugar de maior movimento é o Mercado Municipal que fica justamente em frente ao porto. Em apenas um dia não dá para ver e aproveitar muito mais que isso.
ResponderExcluirE você? O que pensa sobre isso?
Os comentários anônimos estão sujeitos à moderação.