Como tirar o visto americano
São Paulo - Bairro do Morumbi - vista do hotel Ibis Budget |
Tiramos nossos vistos americanos em julho/2012, mas passei novamente por todo o processo com meu sobrinho em dezembro/2015, então vamos a um passo-a-passo do que fizemos e algumas dicas para evitar perrengues.
O primeiro passo é ter o passaporte em mãos (Como tirar o passaporte) para dar entrada no visto diretamente no consulado americano ou através de um despachante que cobra entre R$150 e R$200; as agências de viagem podem indicá-los. Eu preferi o despachante porque o formulário (DS-160) é longo, tem em torno de 10 páginas e seu preenchimento deve ser bem cuidadoso. É necessário também pagar uma taxa de USD160 para então agendar as duas entrevistas, em dias diferentes, em uma das capitais com consulado americano: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília ou Recife (leia mais detalhes aqui). Depois de agendado, chegarão dois e-mails com as confirmações que devem ser impressas e levadas junto com o passaporte.
Para quem, como nós, escolheu São Paulo há dois locais diferentes para a primeira parte do processo em que se tira a foto a as impressões digitais: o CASV (Centro de Atendimento ao Solicitante do Visto) da Vila Mariana ou de Pinheiros (leia mais). Na Vila Mariana os agendamentos são mais concorridos, possivelmente pela facilidade em se chegar pela linha Azul do metrô e descer na Estação Praça da Árvore. Dali até o CASV dá para seguir a pé ou de táxi (R$12). Em frente ao CASV da Vila Mariana também passam ônibus coletivos, mas não conheço as rotas.
O CASV de Pinheiros é menos concorrido, o que pode ser melhor para quem tem pressa e quer um agendamento rápido. Ambos abrem aos domingos das 13h às 18h e, mesmo em tempo de dólar em alta, esse dia é concorrido por conta da dobradinha "domingo à tarde/segunda cedo" que evita que o solicitante perca dois dias úteis. Preste muita atenção, principalmente se o agendamento não foi feito por você, para qual dos CASV você deverá se dirigir, confira essa informação no e-mail que receberá com a confirmação do agendamento.
Terminal Tietê: a maior rodoviária da América Latina |
Fomos de Ribeirão Preto a São Paulo de ônibus e chegamos ao terminal Tietê por volta das 10:30h; de lá pegamos o metrô (linha Azul - sentido Jabaquara) e seguimos até o Bairro da Liberdade para passear um pouco, já que o horário no CASV estava marcado às 15h . As filas para compra dos bilhetes de metrô costumam ser longas em alguns horários e estações, então já compre de uma vez todos os tickets que calcula que irá utilizar, para não perder tempo. Nós estávamos em três pessoas e usamos quinze bilhetes nos dois dias em São Paulo.
Da Estação Liberdade seguimos até a Estação Praça da Árvore (sentido Jabaquara) e de lá pegamos um táxi até o CASV. Estava chovendo e não há absolutamente nada em torno dos CASVs (seja da Vila Mariana ou de Pinheiros) onde quem acompanha o solicitante do visto possa se abrigar, então prepare o guarda-chuva. Por conta da chuva, estavam liberados todos os horários, então não havia filas pelo lado de fora e a fila interna demorou em torno de uma hora. A informação oficial é que não há necessidade de fotos, porém, o CASV alega que pode haver erro no sistema, por isso, orienta a levar uma foto 5x7 no dia da entrevista. Ao lado há um local que tira 2 fotos por "apenas" R$20, já leve a sua de casa. Não vi ninguém que tenha utilizado essa foto.
Linha Azul do metrô - Estação Liberdade |
De lá fomos para o hotel de táxi. A melhor opção de hospedagem, a meu ver, é ficar próximo ao Consulado e não se arriscar em imprevistos no trânsito paulistano no dia da entrevista. Ficamos no Ibis Budget, que fica em frente ao Morumbi Shopping e a aproximadamente 1km do Consulado. É possível ir a pé e no check-in a atendente já oferece o mapa pois 90% dos solicitantes se hospedam ali. Como bônus fomos passear no shopping e ver a decoração linda do Natal Encantado.
No dia seguinte, a entrevista estava marcada para às 8:20h e mais uma vez a chuva exigiu um táxi (R$12). No Consulado a entrada também estava liberada para todos os horários. Embora sejam poucas as opções, por ali há lanchonetes e cafés onde é possível se abrigar da chuva para esperar quem entrou para a entrevista.
Branca de Neve no Natal Encantado do Morumbi Shopping |
Para mim, a espera de uma hora do lado de fora foi mais angustiante que quando a solicitante era eu. Cada pessoa que saía de lá frustrada e segurando uma cartinha impressa em papel rosa indicando o visto negado, me deixava mais apreensiva, mas deu tudo certo, ufa!! O passaporte de quem tem o visto aprovado fica no Consulado e é enviado ao endereço indicado pelo solicitante em até 10 dias. Do meu sobrinho chegou 3 dias depois da entrevista.
Pegamos um táxi até a Estação Conceição (linha Azul - sentido Tucuruvi) e de lá seguimos até a Estação São Bento para umas comprinhas na Rua 25 de Março e almoço no Mercadão Municipal, antes de voltarmos ao Terminal Tietê (Estação Portuguesa-Tietê) e pegarmos o primeiro ônibus para Ribeirão Preto. Enfim, a tensão é grande, mas eu amo São Paulo, não dá para ir até lá e não passear um pouquinho.
Mercadão Municipal de São Paulo |
A entrevista: mitos ou verdades?
As únicas possibilidades de afirmação são que o visto americano continua tão burocrático como sempre foi e que comprovar vínculos suficientes com o Brasil para obtê-lo continua tão necessário como sempre foi. Tudo o mais são especulações não-comprováveis, segue uma listinha do que ouvi por lá:
- Em São Paulo e no Rio de Janeiro haveria mais vistos negados (proporcionalmente) que em Belo Horizonte e Brasília;
- Há uma cota mensal de vistos a serem emitidos, por isso, seria mais fácil conseguir o visto no início de cada mês que no final;
- Pessoas entre 19 e 22 anos teriam mais vistos negados, desde que não comprovem estar estudando e/ou trabalhando;
- Indicar um destino turístico a ser visitado (Orlando, Miami, New York) facilitaria a obtenção do visto;
- Viajar com alguém que já tenha entrado e saído dos EUA sem problemas, seria um ponto positivo;
Todas essas informações são indicadas no formulário DS-160 que com certeza é minuciosamente analisado antes que o solicitante chegue à entrevista, por isso, a história de que o entrevistador não foi com a cara da pessoa e negou o visto não faz nenhum sentido. Preste atenção às informações dadas no formulário e leve documentação que possa comprovar o que você disse: comprovantes de residência e de rendimentos, carteira de trabalho, declaração de IR, matrícula escolar, extratos bancários... Esses documentos poderão ser pedidos ou não.
Seja correto nas informações prestadas e fique calmo: só responda o que lhe for perguntado, só apresente documentos que lhe forem solicitados.
Boa sorte e boa viagem!
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