Dia Nacional do Deficiente Visual - 13 de dezembro

ESCRITO POR: sexta-feira, dezembro 13, 2019 , ,

Exposição Ver Viver

          Linda imagem, não é? A grande maioria do público que assistiu ao filme Avatar a reconhece de imediato, mas nem todos... A imagem faz parte da exposição sensorial Ver e Reviver que ficou em cartaz no Memorial da América Latina, entre junho e julho/2019. Mas se já passou, por que falar sobre ela somente agora? Porque o combinado feito com os visitantes era o de não dar spoiller para não estragar as surpresas presentes em cada sala da exposição. Porém, agora já passou e hoje é o Dia Nacional do Deficiente Visual; retomar essa experiência sinestésica é uma forma de destacar a deficência dessas pessoas tão especiais.

Exposição Ver Viver
       
      O objetivo da exposição era o de levar os visitantes a experimentarem as artes plásticas com estímulos além da visão. Para isso, todos eram vendados e guiados por pessoas cegas em salas que exploravam os sentidos do olfato, tato, paladar e audição, despertando a empatia e promovendo uma reflexão sobre a deficiência visual. Sem a visão, os outros sentidos ficam aguçados e a percepção de um som, um aroma ou um sabor ganha novas nuances. Os visitantes eram desafiados a identificar cheiros, sabores e ruídos que a falta de habilidade levava a inúmeras hipóteses e a grandes surpresas quando eram revelados. E o que dizer das texturas e relevos de tapeçarias ou identificar a Monalisa  em uma peça tridimensional, sem visualizar seu sorriso enigmático? No grupo em que estávamos, houve quem jurasse que identificou o sorriso e o nariz aristocrático. A mim chamou a atenção a percepção do posicionamento dos braços.
           Ou melhor, 'vendo' com outros sentidos. Foi assim que nossa monitora nos explicou que os cegos veem. Era comum ouvirmos frases como "Deixe-me ver" ou então perguntas como "Você viu?" feita a pessoas que estavam com os olhos vendados. Nosso estranhamento levou à explicação de que sim, os cegos também veem, porém, utilizando ouros sentidos além da visão.
       Além da empatia acionada em seu ápice na última sala visitada com vídeos impactantes e dos ambientes inclusivos provando que a arte é para todos, o maior ganho da experiência é a renovação da fé no ser humano, afinal, por alguns minutos todos estávamos diante do desconhecido tendo como apoio pessoas estranhas nas quais precisávamos confiar. Foi incrível, revigorante.
Exposição Ver Viver
          Não sei se essa exposição acontecerá em outros locais, caso ouça falar nela ou em alguma do tipo, não deixe de visitar. Estive em uma outra no MIS (Museu da Imagem e do Som) em que pessoas cegas foram convidadas a fotografar e as imagens geradas por sua câmera transformadas em placas com relevos mostrando que é possível ao deficiente visual ser tanto produtor quanto apreciador da arte.
          Deixo aqui a indicação de um link do site Acessibilidade em Bibliotecas que disponibiliza dez livros em versão audiovisual. Em O Pequeno Príncipe, por exemplo, há a descrição de cada imagem que compõe a obra de Antoine de Saint Exupéry. Divulgue e possibilite que o projeto alcance o máximo de pessoas.
Fotografia sensorial no MIS
Exposição de Fotografia sensorial no MIS
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